terça-feira, 27 de maio de 2008

George Whitefield

George Whitefield (1714-1770). A partir de 1737, com apenas 23 anos assustou a Inglaterra com uma série de sermões que transformaram a sociedade britânica. Atacado pelo clero, pela imprensa e até por uma multidão de insatisfeitos, Whitefield se tomou o pregador mais popular naquela época. Entretanto, antes disso, ele passou por situações muito semelhantes as que experimentam alguns missionários nos dias atuais. Repetidas vezes, ele teve de pregar fora dos portões do templo pelo simples fato de sua pregação apaixonada ser muito distante da usual formalidade dos pastores daquele tempo. Ele chegou a ser agredido em algumas ocasiões. Na cidade de Basingstoke, por exemplo, foi espancado a pauladas. Em Moorfield, destruíram a mesa que lhe servia de púlpito. Em Exeter, durante uma pregação para dez mil pessoas, Whitefield foi apedrejado.

"Pregava para as multidões ao ar livre, porque as igrejas na Inglaterra do século 18 não o recebiam"

Nada, porém, podia conter aquela mensagem. A influência de Whitefield cresceu de tal forma que ele era capaz de manter atentas 20 mil pessoas, encantadas com seus sermões, por mais de duas horas. Durante 34 anos, a voz de George Whitefield ressoou na Inglaterra e América do Norte. Whitefield era um calvinista firme, de origem metodista. Era um evangelista agressivo que cruzou o Oceano Atlântico 13 vezes a fim de proclamar a salvação também na América. Ele se tornou o pregador favorito dos mineiros de carvão e dos valentões de Londres porque ia até eles em vez de esperá-los dentro das igrejas.

Histórico familiar
Whitefield, um pregador fascinante, contrariou todas as teorias "deterministas". Nasceu em uma taberna em que eram servidas bebidas alcoólicas e morreu pregando a Palavra de Deus como um dos mais sérios servos de Deus de toda a História. Seu pai faleceu quando ele ainda era um bebê. Sua mãe se casou novamente, mas a nova união não melhorou as coisas para o pequeno George, que continuava a limpar os quartos, lavar roupas e servir bebidas aos hóspedes da pensão de sua mãe.

No entanto, apesar de sua família não ser convertida ao Evangelho, Whitefield gostava de ler a Bíblia. Alguns historiadores afirmam que ele foi orientado a manter contato com a Escritura Sagrada por alguns clientes que passavam pela estalagem. Outros, no entanto, preferem atribuir o interesse de George pela Palavra a um milagre de Deus. O fato é que, desde cedo, ele demonstrou talento para a oratória. Alguns anos mais tarde, quando estudava no Pembroke College, em Oxford, Whitefield reunia com freqüência pequenos grupos de colegas em seus aposentos com o propósito de orar e estudar a Bíblia. Conta-se que não eram raras as ocasiões em que os presentes recebiam o batismo com o Espírito Santo.

Os biógrafos asseveram que ele dividia seu tempo livre de tal forma a ficar, aproximadamente, oito horas por dia em devoção a Deus. Na época, ainda jovem, trabalhava como garçom em bares noturnos como meio de sobrevivência. Naquele exato período de sua vida, o futuro pregador conheceu John Wesley e foi, então, que começaram a jejuar e a estudar a Bíblia. Whitefiel compilou alguns dos conceitos mais famosos de Wesley, dentre eles: A verdadeira religião é a união da alma com Deus e a formação de Cristo em nós.

Ainda muito cedo, Whitefield teve de voltar para a casa de sua mãe para poder recuperar-se de um problema respiratório que o assolou em todo o seu ministério.

Para não perder o objetivo da obra de Deus, entretanto, George Whitefield montou uma pequena classe de estudos Bíblicos e começou a visitar os pobres e doentes da região. Os membros de sua igreja não ficaram indiferentes aquele talento e, embora fosse norma não consagrar ao pastorado alguém com menos de 23 anos, Whitefield tornou-se ministro do Evangelho aos 21 anos, por insistência daquela igreja. Mesmo antes de cumprir sua determinação pessoal, de escrever cem sermões para, mais tarde, apresentá-los à igreja e pleitear sua ordenação, Whitefied aceitou o desafio.

Suas primeiras pregações como ministro do Evangelho foram tão intensas, que algumas pessoas se assustaram. Os anciões da igreja, no entanto, deram-lhe apoio e ele entendeu, naquele gesto, uma lição que escrevera para a posteridade:

Desejo, todas as vezes que subir ao púlpito, considerar essa oportunidade como a última que me é dada de pregar; e a última dada ao povo para ouvir a Palavra de Deus. Curiosamente ele, raramente, pregava sem chorar: Vós me censurais por que choro. Mas como posso conter-me, quando não chorais por vós mesmos, apesar das vossas almas mortais estarem à beira da destruição? Não sabeis se estais ouvindo o último sermão, ou não, ou se jamais tereis outra oportunidade de chegar a Cristo, admoestava.

Essa paixão irresistível pela pregação da Palavra é a melhor explicação para alguns fenômenos, ou melhor, milagres espirituais que acompanhariam a carreira ministerial de Whitefield. Em 1750, por exemplo, ele conseguiu reunir dez mil pessoas, diariamente, nas ruas de Londres durante 28 dias, em um evento que, hoje, chamaríamos de cruzadas evangelísticas. Entretanto, a diferença é que ele pregava em uma época em que não havia microfones ou quaisquer outros recursos tecnológicos para ampliar o volume de sua voz. Jornais daquela época registraram que Whitefield podia ser ouvido por mais de 1 km, apesar de seu corpo franzino e de sua voz fraca, por causa dos problemas de saúde. Isso era um milagre de Deus com certeza.

Em outra ocasião, pregando a alguns marinheiros, Whitefield descreveu um navio no olho de um furacão. O sermão foi apresentado de maneira tão real, que, no momento em que o pregador descrevia o barco afundando, foi interrompido pelo grito dos marinheiros apavorados com o que consideraram a própria visão do inferno.

Whitefleld, ao contrário do que muitos imaginavam, era um evangelista-missionário. Jamais quis abrir igrejas para levar seus milhares de convertidos. Pelo contrário: ele os orientava a procurarem igrejas locais. Isso porque, dizem seus biógrafos, sua missão evangelística tomava-o de tal forma que não havia nele qualquer interesse na abertura de templos ou em ter conforto. Nas 13 vezes em que realizou cruzadas evangelísticas nos Estados Unidos, Whitefield viajou, a princípio, para colaborar com o orfanato que abrira no estado da Geórgia. Ele adorava pregar para os órfãos e, para muitos deles, Whitefield era a única referência paterna.

Aos 65 anos de idade, já muito doente, Whitefleld ministrou durante duas horas para uma multidão que o esperava em Exeter, Inglaterra. Na mesma noite, partiu para a cidade de Newburysport, a fim de hospedar-se na casa do pastor local. Durante a madrugada, falou ainda com alguns colegas por cerca de 30 minutos e subiu as escadas para o seu dormitório. Lá, morreu, pregando a Palavra de salvação até o último minuto de vida ao seu companheiro de quarto.

Fonte: http://www.yohanan.com.br/biografias/bio_george.htm

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quarta-feira, 21 de maio de 2008

Charles Wesley

Charles Wesley (1707 - 1788) foi o líder do movimento metodista juntamente com seu irmão mais velho John Wesley. Charles é mais lembrado pelos muitos hinos que compôs.

Charles Wesley, que compôs mais de seis mil hinos, não só acompanhou seu irmão John Wesley nas cruzadas, como também é considerado o maior compositor do reavivamento Wesleyano
É certo que o talento não é hereditário, mas é fato que sempre existiram vários casos de irmãos que se tornaram famosos graças aos dons incomuns nas áreas mais variadas. Eles brilham na mesma época e até em profissões semelhantes. Na História da Igreja, uma dupla de irmãos, John e Charles Wesley, não fez por menos. Escolhidos por Deus para a missão de pregar Sua Palavra como evangelistas, eles fundaram o metodismo no século 18. Aquela semente deu frutos – atualmente (2002) os metodistas formam uma comunidade de, aproximadamente, 80 milhões de pessoas em todo o mundo, embora a maior parcela concentre-se nos Estados Unidos.

John Wesley tornou-se o mais famoso dos pregadores por falar e escrever com rara eloqüência. No entanto, Charles Wesley (1707-1788), seu irmão mais novo, não apenas deu suporte àquele ministério, apoiando e criticando John quando necessário, como também fez das partituras seu principal púlpito. Charles Wesley é considerado o grande compositor do reavivamento wesleyano: compôs mais de seis mil hinos, que eram cantados em cruzadas evangelísticas. Muitos deles causaram estranheza por terem influência dos ritmos populares, comuns nas tavernas e casas de ópera da Inglaterra.
Não foi à toa que, certa vez, alguém escreveu que, se George Whitefield ficou conhecido como o orador do metodismo, e John Wesley seu organizador, podia-se afirmar que Charles Wesley foi seu poeta.

Vida o obra
O poeta Charles nasceu em 18 de dezembro de 1707, na cidade de Epworth, no condado de Lincolnshire, na Inglaterra. Filho de Samuel, reitor da Faculdade de Epworth, e de Susanna Wesley, Charles foi marcado por Deus para uma obra muito específica desde cedo. Tinha apenas um ano e três meses de vida quando o prédio da reitoria da faculdade foi totalmente destruído pelo fogo. Charles, assim como John, foi resgatado do verdadeiro inferno em que se transformou o edifício tomado pelas chamas.

Na adolescência, enquanto John estudava na Escola de Charterhouse, Charles foi estudar na Escola de Westminster, mesmo colégio do irmão Samuel. Lá, provou ser um excelente aluno. Criado sob rígida educação familiar evangélica, Charles fora ensinado a defender a justiça e, por isso, logo se envolveu em diversas causas na escola.
Não houve, entretanto, alguém que pudesse duvidar do impacto da experiência de sua conversão, em 1738, aos 31 anos. Sua vida espiritual logo se voltou para a compaixão pelos homens perdidos. Assim, pregou de improviso pela primeira vez na Igreja de Saint Antholin, em Bristol.
No ano seguinte, tornou-se publicamente defensor do ministério do grande pregador George Whitefield, que, embora tivesse grande impacto, era alvo de críticas ferozes em Londres e em Bristol. Charles Wesley juntou-se a Whitefield quando este falou a uma enorme multidão na cidade de Blackheath sob o título: "O que Satanás tem ganhado ao manter você fora das igrejas?" Charles Wesley repetiria o feito ao lado de seu irmão John, à frente de multidões nas vilas da região inglesa de Essex.
"Sua pregação era como um trovão e um relâmpago", diziam os primeiros metodistas a respeito da retórica de Charles Wesley. Mas sua força não estava apenas na pregação: sua música tornou-se, de fato, sua melhor ‘retórica’. Em 1739, a primeira seleção de seus hinos foi publicada e tornou-se logo muito popular.

Seus hinos
Os hinos de Charles possuíam uma mensagem fundamentada na piedade cristã, própria para as reuniões devocionais e também para os grandes agrupamentos ao ar livre. Eles destacavam o fervor da fé e tornavam a mensagem inesquecível.

Suas composições eram inspiradas nas melodias seculares de Purcell e de Haendel e, embora destinadas a congregações, eram editadas como solos. Eram melodias populares ou adaptadas da música das óperas que abundavam na época. A contextualização da música dos hinos de Wesley chocou muitos elementos conservadores da Igreja, mas foi bem aceita pelo povo.
Seus hinos também eram fundamentados no lema da Reforma Protestante - Sola Scriptura (Só as Escrituras) - ou seja, enfatizavam que a Bíblia é a única regra de fé do cristão. Charles Wesley também escreveu hinos para combater a concepção calvinista da predestinação, como Redenção universal, e ainda chegou a pregar um sermão intitulado Graça gratuita.
Escreveu hinos para as grandes festas da igreja, como os conhecidíssimos Cantam anjos harmonias e Cristo já ressuscitou, aleluia. Preocupou-se também com um acervo de hinos para os sacramentos da igreja, como a Santa Ceia, e com a koinonia (a comunhão cristã), à época, principal base do crescimento da Igreja Metodista.
Paralelamente à música, Charles Wesley investiu todo o seu tempo para salvar os homens distantes de Deus. Charles, assim como seu irmão John, não deu importância nem mesmo às pressões eclesiásticas e viajou muito, especialmente para a Irlanda, a Escócia e o País de Gales. Ao lado do irmão, Charles pregou contra o consumo de bebidas alcoólicas, a guerra e a escravidão, e incentivou a medicina humanitária, a abertura de novas escolas e uma reforma penitenciária. Mesmo com a "agenda" tão cheia, Charles arrumou tempo para casar-se, em abril de 1749, com Sarah Gwynne. O casal se estabeleceu em Bristol, mas sempre que podia Sarah acompanhava Charles em suas excursões de pregação da Palavra.
Seus contemporâneos ficavam espantados ao ver seu ministério itinerante, que também incluiu os Estados Unidos, onde, em 1760, fundou com John as primeiras missões metodistas. Naquele tempo, o metodismo era um fenômeno.

Lição do vida
Em 1771, depois de centenas de idas e vindas, Charles e Sarah, então, mudaram-se para Londres. O ministério de Charles continuou, embora mais voltado para o âmbito local. Em Londres, eles também puderam ver muito mais de perto o crescimento dos dois filhos, Charles e Samuel, músicos excepcionais que se tornaram "alvos" de muitos convites para concertos.

Em 1786, já com 79 anos, Charles Wesley, que já percorrera 365 mil quilômetros em seu ministério e havia participado de 46 mil cultos, cruzadas e reuniões evangelísticas, assumia novas responsabilidades na igreja. Foi ele quem enviou, naquele ano, os primeiros missionários metodistas para a Índia.
Quase dois anos depois, Charles Wesley faleceu. O dia 29 de março de 1788, data de sua morte, tornou-se, entretanto, apenas mais um fato dentro de uma história de vitórias e de milhares de hinos cantados até hoje. Ele também deixou para todos os cristãos uma lição de vida e amor ao Evangelho, além de uma marca pessoal indelével. Dizia-se dele: "Se houve um ser humano que repugnou o poder, a proeminência e encolhia-se ao elogio, esse foi Charles Wesley". Um verdadeiro herói da fé.

Fonte: http://www.yohanan.com.br/biografias/bio_charles_wesley.htm

domingo, 18 de maio de 2008

DIP - Domingo da Igreja Perseguida


18 de maio - Domingo da Igreja Perseguida


O que é o Domingo da Igreja Perseguida?

O Domingo da Igreja Perseguida (DIP) foi criado pelo Irmão André, fundador da Portas Abertas, com o objetivo de unir cristãos em torno de um só motivo: nossos irmãos e irmãs que pagam um alto preço por sua fé.

A data varia de ano em ano, pois é marcada para o domingo seguinte ao de Pentecostes. Este critério foi adotado porque, no relato bíblico em Atos 4, o início das perseguições aos cristãos acontece logo após a descida do Espírito Santo, com a prisão de Pedro e João. Simbolicamente, pode-se dizer que esta foi a "fundação" da Igreja Perseguida. Em 2008, o DIP acontecerá no dia 18 de maio.

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terça-feira, 6 de maio de 2008

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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Charles Thomas Studd

Charles Thomas Studd (1860-1931) poderia ter sido mais um atleta que gastou seus dias em árduas competições e apenas isso. Entretanto, sua biografia demonstra que quando Deus toca o coração de alguém, seus rumos e planos são mudados dramaticamente, de uma maneira maravilhosa.

O inglês Charles Studd era considerado um dos maiores desportistas do final do século 19. Milionário, ele herdara da família a importância de 29 mil libras esterlinas, uma fortuna naquela época, mas se recusara a tirar proveito dela, temendo que o dinheiro pudesse atrapalhar seus nobres ideais. Determinado a investir na obra de Deus, enviou cinco mil libras esterlinas para o missionário James Hudson Taylor, que se tomou uma lenda ao ser o primeiro a levar a Palavra ao interior da China; outras cinco mil libras para um pastor, William Booth, fundador do Exército da Salvação; cinco mil para Dwight L. Moody, para que este iniciasse o estabelecimento do Instituto Bíblico Moody.

Studd doou ainda outras importâncias, sobrando-lhe apenas 3.400 libras, as quais ele, no dia do seu casamento, deu à esposa. Esta também doou o presente e comentou, na época: Jesus pediu ao jovem rico que desse tudo aos pobres. E Studd completou: Agora nos achamos na situação de poder dizer que não possuímos nem prata nem ouro, referindo-se ao texto de Atos 3.6. Loucura? Não. Charles Thomas Studd tinha a certeza de que o Senhor era o dono de todas as coisas. Essa demonstração de entrega total foi apenas o começo. Todavia, foi o suficiente para que o Senhor desse a Charles um novo rumo. Mais tarde, Ele o chamaria para o ministério.

Studd viajou para a China, onde trabalhou como missionário. Posteriormente, foi para a Índia e para o continente africano. Seu pensamento era: "Se Jesus é Deus e Ele morreu por mim, então nenhum sacrifício pode ser muito grande para nós". Como resultado de seus esforços, foi fundada, um pouco antes de sua morte, a Cruzada de Evangelização Mundial, que hoje conta com mais de mil missionários em todo o mundo. A mensagem deixada por Studd foi simples: enquanto a maioria investe em bens materiais, outros investem no Reino de Deus.

Família
Essas lições de Charles Studd foram aprendidas desde muito cedo. Ele era filho de um fazendeiro de origem indiana, Edward Studd, que se havia aposentado na Índia e mudado para uma casa rural no município de Tidworth, em Wiltshire, Inglaterra.

O pai de Studd, curiosamente, tinha-se convertido em 1877, quando um amigo o levou para ouvir uma pregação de Moody, o mesmo pastor que seria ajudado por seu filho, Charles Studd, anos mais tarde. Após a conversão, Edward, imediatamente, deixou as atividades seculares e passou a usar sua casa para reuniões evangelísticas até o dia de sua morte, em 1879.

Charles Studd e seus dois irmãos, Kynaston e George, estudavam longe de casa. Curiosamente, os três converteram-se a Cristo em um culto doméstico, e terminaram apaixonados pelo Evangelho. Os três irmãos eram campeões de críquete, um dos esportes mais tradicionais da Inglaterra. As habilidades excepcionais mostradas por Charles Studd naquele esporte fizeram com que ele ganhasse um lugar na seleção inglesa, em 1882, época em que a equipe havia perdido uma partida para a Austrália e estava desacreditada. Sob a liderança de Charles Studd, os ingleses jogaram na Austrália, no ano seguinte, e recuperaram o troféu.

Tempo de confrontação
Dois anos após a conquista do campeonato, no entanto, com a doença e morte de George, Charles Studd sentiu-se confrontado pela seguinte pergunta: De que adiantam toda a fama e valor de lisonja quando um homem tem de enfrentar a eternidade? Ele percebeu, então, que sua conversão, ocorrida seis anos antes, não havia produzido frutos. Resoluto, ele declarou: O críquete não vai durar; a honra também não, bem como nada neste mundo. Mas tenho que viver para o mundo que há de vir.

A partir de então, Charles começou a testemunhar de Jesus aos amigos e jogadores da mesma equipe. Sua intenção era captar recursos para o ministério de seu irmão, Kynaston, que tinha fundado uma organização missionária entre estudantes. Logo, ele teve a alegria de conduzir outros a Deus.

Até aquele momento, Studd testemunhara entre os próprios sócios e amigos. Contudo, depois de ouvir, na China, uma pregação na qual um missionário falara da necessidade de os servos de Deus agirem como pescadores de almas, tudo mudou. Ele sentiu que Deus o estava chamando. Embora seus amigos e parentes tentassem dissuadi-lo, Charles começou a considerar a pregação que ouvira e marcou uma reunião com o Pr. James Hudson Taylor, o diretor da missão no interior da China.

Rumo à China
A decisão de Studd foi seguida por mais seis amigos dele. Ao mesmo tempo em que o grupo se preparava, uma onda de conversões ocorria entre os estudantes das maiores Universidades da Grã-Bretanha, graças à missão fundada por Kynaston, anos antes. Alunos de Edimburgo, Londres, Oxford e Cambridge entregavam-se ao Senhor como jamais ocorrera antes. Eles se transformariam, anos depois, nos missionários que difundiriam a Palavra de Deus pelo mundo. Em pouco menos de dois meses, Studd e alguns amigos já estavam prontos para a viagem à China.

Lá, Charles Studd passou dez anos. Quando, finalmente, retomou à Inglaterra, ele foi convidado a visitar a América, onde Kynaston havia organizado um movimento evangelístico entre os estudantes locais. Durante aquela excursão, ele testemunhou o derramar de bênçãos poderosas em muitas faculdades e igrejas. Aquilo mexeu tanto com Studd, que ele iniciaria uma seqüência de viagens missionárias impressionante.

Missões na Índia e na África
De 1900 a 1906, Studd pastoreou uma igreja em Ootacamund, no Sul da Índia. Naquela região, diversos funcionários britânicos se converteram a Cristo. Depois de um rápido retomo à Inglaterra, ele partiu, em 1910, para o Sudão, na África. Studd ficara impressionado com o fato de a Palavra ser quase totalmente desconhecida na África Central, e lá fundou uma missão, a Heart of Africa Mission (Missão Coração da África).

Em sua primeira viagem ao Congo Belga*, em 1913, ele estabeleceu quatro missões em uma área habitada por oito tribos diferentes. A partir dali, Charles começaria a viajar sozinho — sua esposa ficara doente. Entretanto, o trabalho do Senhor e o chamado da família não mudaram. De sua casa, na Inglaterra, ela e as quatro filhas do casal coordenavam o ministério de Studd. Sua esposa era a responsável por missões em diversos países da África, do Oriente Médio e da China.

Ela fez uma última visita ao Congo em 1928, reviu o marido e faleceu pouco tempo depois. Em 1931, aos 70 anos, Charles Thomas Studd morreu, entretanto, até os seus últimos dias, ele pregou a salvação pela fé em Jesus Cristo, no campo missionário, em Málaga, na África. Foi, de fato, um gigante. Um herói da fé.

* (Até 1971, este país tinha o nome de Congo Belga. Depois, Mobuto Sese Seko o batizou com o nome de Zaire. Em 1997, passou a se chamar República Democrática do congo)

Fonte: http://www.apmt.org.br/2005/ler_artigo.asp?artid=53