quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Boa Semente - Direção Gunnar Vingren 03/06

O BAPTISMO NO ESPIRITO-SANTO (por Gunnar Vingren)

Tratando-se de assumpto tão importante como este, certamente não devemos lançar a menor ponderação que seja, que têm relação intima e indivisa com a doutrina do baptismo do Espírito-Santo:
“.. Elle vos baptisará com o Espírito-Santo e com fogo”. S. Matheus, cap. 3 v. 11. “Elle, porem, vos baptisará com o Espírito-Santo”. S. Marc. C. 1 v. 8. “Esse vos baptisará com o Espírito-Santo e com fogo”. Luc. C. 3 v. 16. “Sobre aquelle que vires descer o Espírito-Santo, e repousar sobre elle, esse é o que baptisa com o Espírito-Santo”. S. João, c. 1 v 33. “João baptisou com água, porem vós sereis baptisados com o Espírito-Santo, não muito depois deste dias”. Act. C. 1 v. 5. “...o Espírito-Santo que Deus deu áquelles que lhe obedessem” Act. 5 v. 32. “Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas. Ao vossos filhos quanto mais dará o nosso Pae Celestial o Espírito-Santo áquelles que lh’o pedirem”. S. Luc. 11 v. 13.
Assim: O senhor não somente disse aos seus discípulos que pedissem ao Pae Celestial, para receberem o Espírito-Santo, como mandou também que esperassem a promessa do Pae em Jerusalém. Act. 1 v. 4. “Ficae, porem, vós na cidade de Jerusalém, até que do alto sejaes revestidos de poder”. S. Luc. 24 v 49. “Mas receberei poder quando vier sobre vós o Espírito-Santo (trad. do original grego) Act. 1 v. 8. E os discípulos obedeceram a palavra do Senhor, e esperaram cerca de dez dias, até que receberam o Espírito-Santo. “E adorando-o elles, tornaram, com grande jubilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando bem dizendo a Deus”. S. Lucas c. 24 v. 52 e 53. “Então voltaram para Jerusalém... E entrando, subiram ao cenáculo... Todos estes perseveraram unanimente em orações e supplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos. (Ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas)”. Act. 1 v 12. “E cumprindo-se o dia de pentecostes, estavam todos concordemente reunidos. E de repente veio de céu um som, como de um vente vehemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por elles línguas repartidas, como que de fogo, e pousaram sobre cada um d’elles. E todos foram cheios do Espírito-Santo, e começaram a fallar n’outras línguas, conforme o Espírito-Santo lhes concedia que fallassem”. Act. 2 v. 1-4.
E então foi o cumprimento, não só da palavra do Senhor e os seus apóstolos, baptisando-os como fallou e a cerca de 120 pessoas como o da prophecia de Joel: “nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que do meu Espírito derramerei sobre toda a carne”, etc. Act. 2. V. 17. Jesus Christo disse: “E estes sgnaes seguirão ao que crêem: em meu nome expulsarão os demônios. FALLARÃO NOVAS LINGUAS, etc. S. Marc. 16 v. 17.
Mas, dirá quem ler: no dia de Pentecostes as línguas que elles fallaram foram numerosas, mas comprehendidas, conhecidas e interpretadas por todos os presentes, mas em Epheso, não se tem noticia que se assim fosse, e porque? Certamente que neste não podia acontecer como no Pentecostes. Conta a Bíblia que em Jerusalém naquelle dia se achavam reunidos representantes de “todas as nações que estão debaixo do ceu” (Act. 2 v. 5), portanto, interpretes naturaes de todas as línguas e dialectos. Tal, porem não se deu em casa de Cornélio e em Epheso onde talvez nem uma só língua poude ser interpretada. Ainda assim, não é para admirar que a lingua extranha sem interpretação não possa ser comprehendida. S. Paulo diz: “o que falta língua estranha, não flla aos homens, SENÃO A DEUS, porque ninguém o entende, e em espirito falla de mystérios”. (1 Cor 14 v. 2). O facto é que elles receberam o Espírito-Santo (isto é, o baptismo), tanto n’um como no outro, igualmente como os que foram baptisados em Pentecostes. São Pedro diz: “também receberam como nós o Espírito-Santo” (Act. 10 v. 47).
O que não parece duvida é que todos que receberam o baptismo no Espírito nenhum delles o fez, sem o demonstrar por signaes convincentes e muito evidentes taes, como diz Marcos: fallando língua estranha. E isto tanto em Jerusalém como em Cesárea, e Epheso, o que tornou-se um operação tão verosimil quão definita uma espécie de “doutrina” pratica ou experimental, se assim podemos dizer. Assim comprehendeu S. Pedro, em casa do centurião Cornélio, que todos os presentes haviam sido baptisados “porque os ouviu faltar línguas, magnificando a Deus”. E dizendo Pedro estas palavras caiu o Espirito-Santo sobre todos os que ouviram a palavra...
Porque os ouviram FALLAR LINGUAS, e magnificar a Deus”. (Act. 10 v 44 e 46).
Portanto: a lingua estranha é a manifestação mais perfeita e real da evidencia do baptismo no Espírito-Santo, pois que no momento em que o crente recebe o dom do Espírito-Santo elle falla em lingua que lhe é estranha e desconhecida.
Isto mais uma vez quer provar até a sociedade, satisfazer as investigações, mais exigentes, derruir até a cerne da arvore ma que frondeja contra o baptismo do Espírito-Santo , que a promessa do Pae, o baptismo do Espírito-Santo Consolador é para o tempo, e para h oje, é para agora. E isto é uma conclusão tão lógica, tão natural, tão acessível a todos o raciocínio, ao bom senso, ao senso commum, que nos dispensa de outros commentarios. E uma proposição que a si mesmo propõe, a sis se explica, e se conduz atodo o que a examinar com fé e humildade e coração. S. Pedro disse no dia de Pentecostes: Arrependei-vos, e cada um de vós seja baptisado em nome de Jesus-Christo, para perdão de vossos peccados: E RECEBEREIS o dom do Espírito-Santo”. “Porque a PROMESSA vos pertence a vós, os vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tanto quantos Deus nosso Senhor chamar (Act. 2 v. 38 e 39). Os apóstolos, pois, eu estavam em Jerusalem, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhes Pedro e João. Os quaes, tendo descido oraram por elles para que recebessem o Espírito-Santo. Porque sobre nenhum delles tinha ainda descido; mas, somente eram baptisados em nome do Senhor Jesus. Então lhes imposeram as mãos e receberam o Espírito-Santo” (Act. 8 v 14 a 17). Aqui succedeu que os apóstolos encontraram crentes convertidos e já baptisados em agua mas que ainda não tinha recebido o Espirito-Santo.
Orando, porem os apóstolos sobre elles, mediante imposição das suas mãos, na mesma occasião receberam o Espírito-Santo. O texto não diz que fallaram línguas nessa occasião. Mas o evangelista que redigiu o livro do Actos narrando este facto diz em seguida ao recebimento do Espírito-Santo: E Simão (o mago), vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos se dava o Espírito-Santo (v 18)”. Ora, vê-se bem que elle viu uma manifestação certa da presença do Espírito nos crentes, ao serem impostas as mãos de Pedro e João, pois que elle não podia ver o Espírito nas mãos materiaes dos servos de Deus. Certamente é que Simão viu que os crentes falavam línguas extranhas porque o Espírito não é cousa visível – “O vento assopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vae. ASSIM É TODO O QUE É NASCIDO DO ESPIRITO” (João 3 v. 8).
Assim não resta a menor sobra de duvida que Jesus Christo é quem salva e quem baptisa com Espírito-Santo, nos dias de hoje como nos tempos dos Apóstolos, pois que “n’elle não há mudança nem sobra de variação alguma”. “Jesus é sempre o mesmo, embora os homens se tenham ausentado da fé que possuíam os Apóstolos. Elle, Jesus, nunca mudou, nem mudará, porque é “aquelle que é, que era e que há de de vir (Apoc 1 v. 4). “Gloria a Jesus! Deus não prometteu derramar seu Espírito NO ULTIMO DIA. Mas, disse: E NOS ULTIMOS DIAS acontecerá diz o Senhor, que do meu Espírito derramarei sobre TODA a carne, etc. (Act. 2 v. 17). Ora se os Apóstolos viveram “nos últimos dias”, quanto m ais nós que apparecemos vinte séculos (não são vinte annos!) mais tarde do que elles!... E elles, que há 20 seculos receberam o Espírito-Santo, estou certo que não poderam recebelo também por nós e toda a posteridade, pois que faz-se necessário que cada um, por si mesmo, o receba. Por isso, Jesus disse: Pedi, e dar-se-vos-há, buscae, e achareis: batei, e abrir-se-vos-há... quanto mais dará o nosso Pae Celestial o Espírito-Santo aqueles que lh’o pedirem?
S. Paulo, tanto conhecia a necessidade de cada um por si mesmo, receber o Espírito-Santo, que perguntou em Epheso: Recebestes vós o Espírito-Santo quando crestes? E como não tivessem recebido ainda, Paulo” impondo-lhes as mãos, veio sobre elles o Espírito-Santo; e fallaram diversas línguas, e prophetisavam”. (Act. 19 v. 1-7). Paulo ainda escreveu aos Corinthios, testificando essa verdade: “Porque TODOS NÓS FOMO BAPTISADOS EM UM ESPIRITO (c 12 v13). Buscae e Verdade, porque “Se conhecerdes a Verdade ella, vos libertará”. Amem.
Gunnar Vingren